quinta-feira, 4 de março de 2010
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
O Mundo Além das Palavras

O Mundo Além das Palavras
Nele, nem a vida teme a morte, nem a primavera dá lugar ao outono.
Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas e árvores exalam poesia.
Aqui, a coruja transforma-se em pavão; o lobo, em belo pastor.
Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes;
E se queres passear por esses lugares, basta expressar o desejo.
Fixa o olhar no deserto de espinhos.
- Já é agora um jardim florido!
Vês aquele bloco de pedra no chão?
- Já se move e dele surge a mina de rubis!
Lava tuas mãos e teu rosto nas águas deste lugar, que aqui te preparam um fausto banquete.
Aqui, todo ser gera um anjo; e quando me vêem subindo aos céus, os cadáveres retornam à vida.
Decerto viste as árvores crescendo da terra, mas quem há de ter visto o nascimento do Paraíso?
Viste também as águas dos mares e rios, mas quem há de ter visto nascer de uma única gota d'água uma centúria de guerreiros?
Quem haveria de imaginar essa morada, esse céu, esse jardim do paraíso?
Tu, que lês este poema, traduze-o. Diz a todos o que aprendeste sobre este lugar.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Khalil Gibran
Na floresta não existe nem rebanho nem pastor
Quando o inverno caminha
Segue seu distinto curso como faz a primavera
Os homens nasceram escravos daquele que repudia a submissão
Se ele um dia se levanta e lhes indica o caminho
Com ele caminharão
Dá-me a flauta e canta
O canto é o pasto das mentes
E o lamento da flauta perdura mais que rebanho e pastor.
Na floresta não existe ignorante ou sábio.
Quando os ramos se agitama ninguém reverenciam.
O saber humano é ilusório
como a serração dos campos que se esvaiquando o sol se levanta no horizonte.
Dá-me a flauta e canta,
O canto é o melhor saber
E o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas.
Na floresta só existe lembrança dos amorosos.
Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram
os seus nomes são como letras dos nomes dos criminosos.
Conquistador entre nós é aquele que sabe amar.
Dá-me a flauta e canta
E esquece a injustiça do opressor.
Pois o lírio é uma taça para o orvalho
E não para o sangue.
Na floresta não há crítico nem censor
Se as gazelas se perturbam quando avistam o companheiro
a águia não diz: que estranho.
Sábio entre nós é aquele que julga estranho apenas o que é estranho.
Ah, dá-me a flauta e canta
O canto é a melhor loucura
e o lamento da flauta sobrevive aos ponderados e aos racionais.
Na floresta não existem homens livres ou escravos.
Todas as glórias são vãs como borbulhas na água.
Quando a amendoeira lança suas flores sobre o espinheiro não diz:
“Ele é desprezível e eu sou um grande Senhor.”
Dá-me a flauta e canta
que o canto é glória autentica
E o lamento da flauta sobrevive
Ao nobre e ao vil.
Na floresta não existe fortaleza ou fragilidade
Quando o leão ruge não dizem:“Ele é temível.”
A vontade humana é apenas
uma sombra que vagueia no espaço do pensamento
e o direito dos homens fenece
como folhas de outono.
Dá-me a flauta e canta
O canto é a força do espírito
E o lamento da flauta sobrevive ao apagamento dos sóis.
Na floresta não há morte nem apuros.
A alegria não morre quando se vai a primavera.
O pavor da morte é uma quimera que se insinua no coração,
pois quem vive uma primavera é como se houvesse vivido séculos.
Dá-me a flauta e canta
O canto é o segredo da vida eterna
E o lamento da flauta permanecerá
Após findar-se a existência.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
Pense no Haiti. Ore pelo Haiti

PENSE NO HAITI. ORE PELO HAITI.
Escolha um lugar da casa.
Faça alguns instantes de silêncio
e pense no HAITI.
Concentre seu pensamento naquele país.
Direcione sua força mental para lá.
Ajude a encontrar pessoas,
socorrer crianças, orientar os cães.
Conforte quem precisa ser confortado.
Explique o que aconteceu e acalme
o maior número de almas que alcançar.
Junte-se as falanges do bem que lá estão.
Vão recebê-lo de braços abertos.
Não se preocupe. Você saberá
quem são quando lá chegar.
E eles saberão porque está lá. Acredite.
É assim que funciona.
É uma grande corrente de ajuda
e solidariedade invisível aos olhos humanos.
Mas você pode fazê-lo.
É um trabalho bastante gratificante.
Tania Sá
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
FELIZ 2010
Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida
Louco é quem não procura ser feliz com o que possui
Cego é aquele que so tem olhos apenas
para seus míseros problemas e pequenas dores
Surdo é aquele que não tem tempo
para ouvir o desabafo de umm amigo
Mudo é aquele que não consegue falar o que sente
Diabético é quem não consegue ser doce
Trecho adaptado de "Deficiências"- Renata Arantes
COMECE 2010 POR VOCE!!
RENOVE-SE, MUDE SEUS CONCEITOS!!
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
ATO MÉDICO: VOTE CONTRA!!

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA
Ato Médico – Urgente
CFFa esclarece:
Muito se tem falado nos últimos dias com a aprovação pela Câmara dos Deputados do PL
7703/2006 que dispõe sobre o exercício da medicina.
Este projeto, conhecido como projeto do Ato Médico teve origem no Senado no ano de 2002.
Desde então os Conselhos de Fonoaudiologia e de outras profissões vêm se mobilizando para
ajustar o texto de forma a não ocorrer dúvidas quanto à atuação de todos os profissionais da
saúde.
Ainda no Senado Federal, quando a Senadora Lúcia Vânia relatou o referido projeto,
representantes de todos os Conselhos Federais da Área da Saúde foram convidados a participar
de diversas reuniões para a construção do texto que posteriormente foi aprovado pelo Senado.
Desta forma, o texto que foi enviado à Câmara dos Deputados foi fruto de construção coletiva.
Infelizmente algumas profissões posteriormente entenderam que o texto não atendia suas
expectativas e buscaram realizar alterações durante as discussões na Câmara.
Durante todo este processo, a Fonoaudiologia sempre que instada a se manifestar sobre o
projeto, informou que era favorável a manutenção do texto oriundo do Senado Federal, mas que
caso houvesse necessidade de qualquer ajuste no texto, este deveria ser discutido por todas as
profissões envolvidas, o que infelizmente não aconteceu.
Diante do exposto o CFFa esclarece:
1) O referido projeto de lei não se tornou lei, para isso, as alterações aprovadas pela
Câmara dos Deputados ainda deverão ser analisadas pelo Senado Federal e
posteriormente o projeto ainda deverá passar pela sanção Presidencial.
2) O texto aprovado pela Câmara, apesar de conter algumas distorções, não afeta a atuação
fonoaudiológica. Nossas prerrogativas profissionais estão respaldadas pela Lei
6965/1981 e demais normativas do CFFa. Desta forma, boatos como “o profissional só
poderá atuar com pedido médico” ou “o médico é que vai determinar a atuação dos outros
profissionais” são falsos.
3) Os Conselhos de Fonoaudiologia estão atentos a todo o processo e já estamos articulando
audiências com os Senadores a fim de restabelecer alguns dispositivos do texto aprovado
no Senado que é o que foi acordado por todos e previne entendimentos equivocados.
4) É importante que os profissionais fiquem atentos ao processo e cientes de que o
fonoaudiólogo é um profissional autônomo e independente cujas competências estão bem
regulamentadas na Lei e nas Resoluções do CFFa.
5) Caso algum profissional sofra algum tipo de pressão restringindo sua autonomia,
solicitamos entrar em contato imediatamente com o Conselho Regional e sua jurisdição
para maiores orientações.
Leia o texto do projeto, analise-o como um todo e qualquer dúvida entre em contato com seu
Conselho Regional.
30 de outubro de 2009
Enquete no site do Senado Federal quer saber a opinião pública sobre a regulamentação do projeto do Ato Médico (PLS 268/02)
Não deixe de participar! Só é possível votar uma vez, de forma que é MUITO IMPORTANTE a participação de TODOS! Repasse aos amigos e familiares, ENVOLVA-SE na luta pela AUTONOMIA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE, pela manutenção dos princípios do SUS, pelo compromisso de TODOS os profissionais da saúde na construção de um BRASIL MAIS SAUDÁVEL!
Resultado da votação em 16/ 12/2009:
Você é a favor ou contra a regulamentação do exercício da medicina nos termos do projeto SCD 268/02 (Ato Médico)?
a favor - 54,22%
contra - 45,78%
Total de Votos: 333100
VOTE! EXERÇA A CIDADANIA!!
DIGA "SOU CONTRA"
Leia também a opinião dos pesquisadores do Laboratório de Integralidade em Saúde, sobre o Ato Médico:
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
IDENTIDADE

Há alguns dias, tenho pensado no modo de escrever em meu blog.
Qual a receita a seguir?
Dois ovos, três colheres de açúcar, uma xícara de leite?
Talvez um gadget mexido , um texto com tema assado , cozido e temperado?
Não conseguia ter acesso à alquimia dessa culinária virtual.
Hoje, lendo uma postagem do blog Dias e Digitais do amigo Marcos, refleti sobre minha identidade nesse mundo virtual e descobri qual linguagem fala à minha alma.
Embora minha profissão seja direcionada para a comunicação, ter esse blog foi a forma de ter alguns momentos de “silencio” no meu dia.
As palavras deveriam silenciar e outras formas e sentidos falariam por mim.
Músicas e imagens ainda são a linguagem que mais tocam meu coração..
Músicas, muitas músicas.. músicas e imagens que falam de um momento único.
Danças de notas e figuras deveriam percorrer o blog. Suas linhas seriam substituídas por partituras, as pontuações por traços de imagens e ao invés do leituras formais, haveriam leituras “multissensoriais”
Ontem, após postar sobre sorriso, olhava e dizia pra mim mesma: mas só isso?
Porém, cada vez que olhava para a criança sorrindo e a música Smile tocando, meu coração transbordava de alegria e se enchia de ternura.
Relembrei o mundo de encantos e fantasias da infância que já se foi, interpretada por alguém que nunca a viveu.
O despertar dessa lembrança , me fez concluir que minha identidade virtual será assim: um diário de emoções!!
Aquele diário que, quando aberto, revive todos os sentimentos que despertei um dia em mim e no leitor sejam por palavras minhas, palavras de outros ou por todas as que silenciei, para que os sentidos/sentimentos adquirissem sua própria voz!!
Khalil Gibran diz que a simplicidade é o último degrau da sabedoria.
Que eu/blog sejamos assim: mais sabedoria e menos palavras.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Psicanálise Lacaniana

Rostropovich

Mstislav Leopoldovitch Rostropovich, em russo Мстисла́в Леопо́льдович Ростропо́вич, (27 de Março de 1927, Baku — 27 de Abril de 2007, Moscovo) foi um violoncelista e maestro russo (tendo-se mais tarde naturalizado americano), unanimimente apontado como o maior violoncelista do século XX.
Nasceu no Azerbaijão, parte então da União Soviética. Ainda quanto era muito pequeno, a sua família muda-se para Moscou. Estudou no conservatório da capital (do qual mais tarde seria docente) tendo como professores, entre outros, Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.
Estreou diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, como a 'Sinfonia concertante em mi menor, opus 125' de Serguei Prokofiev, os dois concertos para violoncelo de Dmitri Shostakovich e as Sinfonia para violoncelo e Sonata para violoncelo e piano de Benjamin Britten.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Clarice Lispector

Aquilo que ainda vai ser depois – é agora.
Agora é o domínio de agora.
E enquanto dura a improvisação eu nasço.
E eis que depois de uma tarde de “quem sou eu”
e de acordar à uma hora da madrugada
ainda em desespero
- eis que às três horas da madrugada acordei
e encontrei-me.
Fui ao encontro de mim.
Calma, alegre, plenitude sem fulminação.
Simplesmente eu sou eu.
E você é você.
É vasto, vai durar.
O que te escrevo é um ”isto”.
Não vai parar: continua.
Olha para mim e me ama.
Não: tu olhas para ti e te amas.
É o que está certo.
O que te escrevo continua
e estou enfeitiçada.”
-Trecho do livro Água Viva-
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A Reunião Das Vogais
Para uma das mais sérias discussões.
Disse o ‘A’ - “eu, definitivamente,
Vou provar - e que provem o contrário -
Que sou a mais bonita e a mais pungente
Das letras todas deste abecedário!
" Nervoso, disse o ‘E’ – “É o inverso!!
Pois notes que sequer tu és presente
E que mesmo sem ti, corre eloqüente
Os intentos contidos neste verso!"
Cabisbaixo, pois, o ‘A’ calou em dor.
Mas o ‘E’, explorando esses revezes,
Reforçou: - “eu, na estrofe anterior,
Apareço exatas vinte e cinco vezes!"
Mas o ‘I’ logo gritou: – “Amigo caro!
Hora após hora aguardando, pois, vivi
Para logo aqui vir mostrar quão raro
São as linhas a não incluir o “I”."
"Veja acima: doze vezes apareço!
Portanto não há dúvida alguma:
O respeito de todos eu mereço,
Porque lá não apareces vez nenhuma!"
Logo ‘O’ acrescentou: – “Mas que empofe!
Pois não notas que sequer estás presente
E que tua falta nenhum de nós a sente
Nos versos tão sonoros desta estrofe?"
"Quinze vezes sou presente aí em cima!
Confira, conte bem, fique à vontade.
Além disso, eu enfeito qualquer rima.
Porque sou o tom da sonoridade."
Mas o ‘U’ interferiu: - “Minhas amigas,
Vou lançar um desafio neste instante
Que, espero, finalize essas brigas,
Por saber qual de nós é importante. "
Vejam como a ausência reunida
De nós todas transforma em bobagem
Mesmo que seja uma lição de vida,
Alterando a essência da mensagem:"
“ V d d f r lm m nst nt s.
m m l q mor n lm d c r nt .
J nt s, t d s s m s mp rt nt s,
P s f rm m s d st v d c rr nt !”
Assim, vamos nos livrar deste estigma
E deixar de nos causar mútuo mal.
Eis aí a solução do meu enigma,
Que é também uma verdade universal:
“A vaidade fere a alma em instantes.
É um mal que mora na alma do carente.
Juntos, todos somos importantes,
Pois formamos desta vida a corrente!”
J.B.Xavier
Vídeo: A revolta da vogal i
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Análise do Discurso- Pêcheux
Fazendo referência a Nietzsche, ele diz que “todo fato já é uma interpretação”, demonstrando que não temos a perspectiva de essência de um contato com o objeto ou com o outro sem mediação, seja ela qual for. Assim, a linguagem não pode ser compreendida como um sistema significativo fechado, sem relação com o exterior, devendo ser compreendida a partir do contexto histórico-ideológico dos sujeitos que a produzem e que a interpretam. Pêcheux diz, ainda, que é necessário “suspender a posição do espectador universal como fonte da homogeneidade e interrogar o sujeito paradigmático, no sentido kantiano e também no sentido contemporâneo do termo” (Pêcheux, 1983, p.32). Dessa forma, ele não só rejeita a noção kantiana de sujeito consciente que controla os sentidos que produz, como também relativiza a concepção de sujeito inconsciente, que é disperso, descentrado, como é atualmente entendido em Análise do Discurso. Isto aponta para uma importante questão nessa área, pois, considerando que as relações entre inconsciente e ideologia não estão, hoje, bem delineadas, é preciso que se relativize as relações entre a Psicanálise e a AD, pois quando optamos por trazer conceitos de uma área para outra, precisamos ter em mente até que ponto isso não fere o que é a proposta da disciplina.
Em sua reflexão sobre o discurso como estrutura ou acontecimento, Pêcheux discute diferentes caminhos para a abordagem desta questão. Um primeiro, seria tomar um enunciado e trabalhar a partir dele. Um outro, consistiria, para o autor, em uma questão filosófica; por exemplo, a da relação entre Max e Aristóteles, a propósito da idéia de uma ciência da estrutura. E um terceiro caminho seria o da tradição francesa de Análise do Discurso, como por exemplo, “levantando, na configuração dos problemas teóricos e de procedimentos que se colocam hoje para essa disciplina, o da relação entre a análise como descrição e a análise como interpretação” (Pêcheux,1983, p.17). O autor opta, então, por trabalhar no entrecruzamento desses três caminhos: o do acontecimento, o da estrutura e o da tensão entre descrição e interpretação em Análise do Discurso.
O autor afirma que “todo enunciado é intrinsecamente suscetível de tornar-se outro, diferente de si mesmo, se deslocar discursivamente para derivar para um outro” (Pêcheux,1983, p.53), o que é significativo para a Análise do Discurso, pois o sentido não é compreendido como uma unidade fixa, já que é histórico e, por isso, pode deslizar-se para outro.
Fonte: http://www.unimontes.br/unimontescientifica/revistas/Anexos/artigos/revista_v6_n1/15_artigos_linguagem.htm

segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Contradança
Te quero rubra
Te fazes branca
Te quero branca
Te fazes água
Te quero água
Te fazes jóia
Te quero jóia
Te fazes mulher
Te fazes nuvem
Te quero nuvem
Te fazes solo
Te quero solo
Te quero vôo
Te fazes mulher
Te quero brisa
Te fazes vácuo
Te quero vácuo
Te fazes sopro
Te fazes mulher
Te fazes sonho
Te quero sonho
Te fazes pele
Te quero pele
Te fazes cheiro
Te quero cheiro
Te quero rasa
Te fazes poço
Te quero poço
Te fazes seca
Te quero seca
Te fazes doce
Te quero doce
Te fazes mulher
Te quero terna
Te fazes vulcão
Te quero vulcão
Te fazes neve
Te quero neve
Te fazes fogo
Te quero fogo
Te fazes mulher
Te quero fênix
Te fazes cinza
Te quero cinza
Te fazes cheia
Te quero cheia
Te fazes colo
Te quero colo
Me fazes homem

sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Dia da Consciência Negra
CONSCIÊNCIA NEGRA

Dos canaviais e senzalas,

quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Antoine de Saint-Exupéry
Rosas Brancas

Mikhail Bakhtin: o filósofo do diálogo

Mikhail Bakhtin dedicou a vida à definição de noções, conceitos e categorias de análise da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos, filosóficos, científicos e institucionais. Em sua trajetória, notável pelo volume de textos, ensaios e livros redigidos, esse filósofo russo não esteve sozinho. Foi um dos mais destacados pensadores de uma rede de profissionais preocupados com as formas de estudar linguagem, literatura e arte, que incluía o linguista Valentin Voloshinov (1895-1936) e o teórico literário Pavel Medvedev (1891-1938).
Segundo essa concepção, a língua só existe em função do uso que locutores (quem fala ou escreve) e interlocutores (quem lê ou escuta) fazem dela em situações (prosaicas ou formais) de comunicação. O ensinar, o aprender e o empregar a linguagem passam necessariamente pelo sujeito, o agente das relações sociais e o responsável pela composição e pelo estilo dos discursos. Esse sujeito se vale do conhecimento de enunciados anteriores para formular suas falas e redigir seus textos. Além disso, um enunciado sempre é modulado pelo falante para o contexto social, histórico, cultural e ideológico. "Caso contrário, ele não será compreendido", explica a linguista Beth Brait, estudiosa de Bakhtin e professora associada da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC), ambas na capital paulista.
Nessa relação dialógica entre locutor e interlocutor no meio social, em que o verbal e o não-verbal influenciam de maneira determinante a construção dos enunciados, outro dado ganhou contornos de tese: a interação por meio da linguagem se dá num contexto em que todos participam em condição de igualdade. Aquele que enuncia seleciona palavras apropriadas para formular uma mensagem compreensível para seus destinatários. Por outro lado, o interlocutor interpreta e responde com postura ativa àquele enunciado, internamente (por meio de seus pensamentos) ou externamente (por meio de um novo enunciado oral ou escrito).
terça-feira, 17 de novembro de 2009
A subjetividade da negação
A subjetividade da negação
Negar, dizer não diante de uma situação ou objeto qualquer para o filósofo
Henri Bergson não é suficiente para considerar a inexistência. Abolir um
objeto ou situação em detrimento da negação é uma operação mental
eminentemente intelectual, o que se passa ao espírito é de outra natureza:
a negação seria uma afirmação entreposta. Então, qual seria o teor desta
afirmação? É sobre a afirmação entreposta que pretendo discutir
rapidamente aqui.
Vou dar um exemplo para ficar mais claro. Ao dizer, este computador é
veloz, minha percepção se volta ao atributo imediato do objeto, a
velocidade do computador, o que se apreende é o objeto, meu olhar tem esta
direção e exterioridade; ao passo que se negar, este computador não é
veloz, o que percepciono são as possibilidades que se abrem ao meu
espírito: o computador é lento, moderado ou outra graduação qualquer. Esta
outra afirmação ou afirmações entrepostas colocam em evidência o
julgamento e não o objeto. As afirmações entrepostas, portanto, são
indeterminadas. Bergson diz que a negação difere da afirmação, na medida
em que é uma afirmação de segundo grau: afirma qualquer coisa em relação a
uma afirmação que por sua vez afirma qualquer coisa em relação a um
objeto.
O que atribui a dimensão subjetiva à negação é, precisamente, o fato de
constatar uma ou várias substituições, e isto só existe como concepção do
espírito, enquanto possibilidades que percepciono. A negação para o
espírito tem um sentido profundo, pois ela mobiliza a memória, e,
sobretudo o desejo de se apoiar no passado que se recorda e um passado que
se imagina, e não havendo diferença entre eles, o espírito chega à
representação do possível em geral. A negação de uma coisa implica na
afirmação latente da sua substituição por outra coisa, a forma negativa da
negação se beneficia da afirmação que está no fundo dela, apoiando-se no
corpo da realidade positiva a que se liga.
Neste processo, a coisa ou qualidade substituída deixa atrás de si um
vazio ou um nada parcial. Este vazio deixado pela coisa substituída
constitui a idéia do nada. Assim, passamos a nossa vida a preencher
vazios, que a nossa inteligência concebe sob a influência do desejo e da
saudade, sob a pressão das necessidades vitais. O vazio pode ser entendido
por uma ausência de utilidade e não de coisas, andamos, pois,
constantemente do vazio para o pleno. É esta a direção da nossa ação.
Esta reflexão sobre Bergson leva-me a retomar uma reportagem de Bernardo
Carvalho sobre a artista inglesa Rachel Whiteread que saiu no jornal Folha
de São Paulo, dia 19 de agosto de 2003 sob o título: O espaço negativo. A
artista é famosa por sua grande idéia que foi justamente dar materialidade
e visibilidade ao espaço negativo, ao que existe entre as coisas, ao vazio
em torno delas.
Em 1993, a escultora encheu de concreto o interior de uma velha casa
operária condenada a demolição numa rua em Bow, na zona leste de Londres.
Quando as paredes caíram, surgiu no interior um bloco cinza compacto,
reproduzindo a forma da casa como um fantasma do que já não existia. O
projeto chamado House ficou em exposição por dois meses e meio e fez da
artista uma celebridade internacional da noite para o dia.
Em 2000, ela inaugurou um outro bloco de concreto, de aspecto monolítico,
num espaço público: o monumento às vítimas do Holocausto, na Judenplatz,
em Viena. O monumento é o molde negativo do avesso de uma biblioteca, como
se as paredes tivessem sido arrancadas de uma sala coberta de estantes,
deixando à vista o fundo das estantes e a parte oposta das lombadas dos
livros, as prateleiras e as bordas das páginas dos livros fechados e
petrificados.
A artista esculpe a falta e o vazio, materializando o espaço entre as
coisas. Rachel Whiteread põe em questão, na sua arte, a própria
possibilidade da representação. Em nosso cotidiano somos incapazes de ver
o avesso das coisas, o espaço negativo, a forma do vazio.
Bergson, no século passado, já formulava os fundamentos de uma
subjetividade negativa, da constituição do nada, do que seria o vazio.
Aprofundou o sentido do nada numa filosofia onde o espírito ganha uma
amplitude maior que o próprio corpo. O nada é uma imagem cheia de coisas,
encerra ao mesmo tempo o sujeito e o objeto. Concluo dizendo que o nada é
um ponto da subjetividade, um ponto onde se realiza a comunicação, onde os
sentidos se materializam, portanto, é pedagógica e social.
Débora Martins de Souza- Doutora em comunicações . universidade de são paulo, USP, Brasil.
Fonte: http://www.eca.usp.br/nucleos/filocom/existocom/artigo3b.html
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Alberto Caiero
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Sereia

SEREIA
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
VERDADE- Carlos Drummond de Andrade
A porta da verdade estava aberta,
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
