quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PRIMAVERA














________ PRIMAVERA _________


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome,

nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.

A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes

da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo

chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra,

nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão

as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos

cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur.

Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias

tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas

e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam:

mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno,

quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente,

e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Cecília Meireles











sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Das Ilusões e Des-Ilusões





Meu saco de ilusões,
bem cheio tive-o.
Com ele ia subindo a ladeira da vida.
E, no entretanto, após cada ilusão perdida...
extraordinária sensação de alívio!
Mario Quintana




Música: Ilusion







quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mentira Patológica




NOTÍCIAS DE CLÍNICA & PESQUISA (APA, 2003): O MENTIR PATOLÓGICO SERIA ALGO A SER INCLUÍDO NO DSM? - por Ken Hausman - trad. Irma Ponti

Um psiquiatra forense falando sobre o caso do mentir patológico - algo há muito ignorado pelos pesquisadores psiquiátricos e clínicos - disse que isso pode, de fato, ser um distúrbio psiquiátrico distinto. O mentir patológico raramente aparece na tela de radar da psiquiátrica, permanecendo um conceito pobremente compreendido com ramificações sérias, particularmente para os psiquiatras forenses.
Charles Dike, M.D.: " É questionável se [o mentir patológico] é sempre um ato consciente". Dike, é um psiquiatra forense e professor de clínica psiquiátrica na Escola de Medicina da Universidade de Yale, afirma que psiquiatras precisam prestar a atenção ao que se chama do mentir patológico, a fim de estarem capacitados a informarem o sistema jurídico se os mentirosos patológicos devem ser responsabilizados por seus comportamentos. Acredita ele que já está na hora dos psiquiatras determinarem se o mentir patológico "representa somente um sintoma de um distúrbio psiquiátrico preexistente ou se é a uma entidade suficientemente coerente" para ser incluída como uma diagnose separada no DSM da APA (American Psychiatric Association).
Dike e seu colega Ezra Griffith, M.D, professor de psiquiatria e de Estudos Afro Americanos em Yale, dirigiram essas questões aos colegas no encontro anual da American Academy of Psychiatry and Law no mês de outubro passado (2002). Dike enfatizou que a escassez de referências na literatura e estudos sobre o mentir patológico - o que às vezes é referido como pseudologia fantástica - não deveria ser interpretada significando que os psiquiatras raramente encontram esse distúrbio em sua prática clínica. "Ao contrário, talvez seja porque os psiquiatras simplesmente sabem pouco sobre o assunto e têm dificuldades em reconhecer o problema", disse ele.
O definir desse conceito é um passo crucial em analisar o que é o mentir patológico do ponto de vista psiquiátrico, e Dike o descreveu como mentiras que são repetidas durante anos, para as quais uma razão externa não é facilmente discernivel. Essas mentiras são freqüentemente "tricotadas dentro das próprias narrativas complexas", ele falou. "No mentir patológico contar mentiras podem, freqüentemente, parecer um objetivo em si mesmo, e o mentiroso patológico pode tornar-se um prisioneiro de suas próprias mentiras com essa personalidade subjugando a verdadeira.
Sem planos, Impulsivo
Em contraste com outras formas de mentiras, a patológica aparenta ser não planejada e impulsiva, ele explicou. "é questionável se é sempre um ato consciente ou se o mentiroso patológico tem controle sobre suas mentiras. Se o fato dos mentirosos patológicos estarem cientes da falsidade incorporada em suas histórias teria implicações para a prática da psiquiatria forense - por exemplo, poderia ajudar a determinar como o sistema jurídico lidaria como os mentirosos patológicos que fornecem testemunho falso sob juramento. Poderia, também afetar determinações de competências."Numa audiência sobre competência a ser submetido a um processo judicial", Dike perguntou "poderia ser argumentado que as mentiras compulsivas, repetidas previnam o mentiroso patológico de ter assistência efetiva para seu caso?" Também notou que a concordância entre psiquiatras sobre os fatores que caracterizam a mentira patológica e o que a diferencia de outros comportamentos relacionados têm, também, implicações clínicas.
Dike disse que o mentir patológico pode, em geral, ser diferenciado de outras condições psiquiátricas com mentiras, incluindo "malingering", na qual a mentira brota de um "incentivo externo" identificável, em um esforço intencional de exagerar ou criar sintomas psicológicos. Pode, também, ser diferenciado da confabulação, "uma falsificação de memória ocorrendo em pleno estado de consciência em associação com amnésia organicamente derivada. O paciente tenta cobrir os hiatos da memória com materiais confabulados" , disse ele. Não há uma amnésia de base orgânica impulsionando o mentir patológico.
As crenças falsas da delusão originam-se de um distúrbio afetivo ou psiquiátrico e se mantêm "apesar de evidências indisputáveis ao contrário", afirmou Dike. Os mentirosos patológicos podem admitir a falsidade do que disseram quando confrontados e freqüentemente acabam mudando suas narrativas. O resultado disso é de que nem sempre é fácil distinguir uma mentira patológica de distúrbios delusionais. A mentira patológica pode ser diferenciada dos distúrbios factícios, pois "fazer o papel de doente" é claramente aqui o objetivo, mas o mentiroso patológico não quer esse rótulo", falou Dike.
Alguns poderiam confundir a personalidade narcísica com o mentir patológico, mas no narcísico "as mentiras são contadas principalmente para auto engrandecimento, o que sempre é óbvio ao ouvinte", continuou Dike. Uma área onde a diferença não é tão clara assim, é com a personalidades limítrofes (borderline). "Mentir patológico não é raro nos pacientes com distúrbio borderline de personalidade, na qual as características essenciais abriga falsificações." Distorções da realidade comuns a este tipo de distúrbio "contíguo à falta de controle de impulso e mecanismos de defesa como de recusa da realidade, idealização e desvalorização, formam terreno fértil para o mentir patológico". Apesar da relação deste com outras enfermidades psiquiátricas, a maioria dos exemplos do mentir patológico parece ocorrer na ausência de um distúrbio psiquiátrico diagnosticável, segundo Dike.
Se o mentir patológico é de fato um distúrbio psiquiátrico, Dike enfatizou que ao usar a definição proposta por ele e Griffith, os pesquisadores poderiam fazer uma coleta de dados de maneira sistemática "para determinar os sintomas que compõem o núcleo do distúrbio, os possíveis fatores etiológicos (psicológico, organico ou ambos), e o efeito no nível de funcionabilidade do indivíduo que sofre desse distúrbio. Uma vez que os dados forem coletados, os pesquisadores poderiam verificar se o mentir patológico existe transversando culturas, se os subtipos do distúrbio parecem existir, e mais importante ainda, se esses mentirosos patológicos "apresentam qualquer predominância suficiente, consistente e estável de sintomas ou grupo de sintomas que delineiem claramente uma entidade clínica que caiba dentro de uma classificação individual e para o DSM.

Fonte: http://www.polbr.med.br/ano05/lbp0805.php






Titãs - Mentiras


Querem me ensinar, querem me julgar pelo que eu fiz.
Querem me julgar, querem me ensinar como se diz Mentiras!
Querem me salvar, querem me curar do que eu não sofro.
Querem me curar, querem me salvar, mas eu só ouço
Mentiras!
Eu não posso viver comigo, eu não posso fugir de mim.
Eu não quero que gritem comigo, eu não quero que riam de mim.
Eu não quero que falem, eu não quero que digam
Mentiras!
Querem me curar do que eu não sofro,
Querem me julgar pelo que eu fiz.
Querem me salvar, mas eu só ouço,
Querem me ensinar como se faz Mentiras!



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Alberto Caiero






Um Dia de Chuva

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.



segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Silêncio






Silêncio

Michel Foucault (Entrevista)



- A apreciação do silêncio é uma das numerosas coisas que um leitor, sem que se espere, pode
aprender de sua obra. Você tem escrito sobre a liberdade que o silêncio permite, sobre suas múltiplas causas e significações. Em seu último livro, por exemplo, você diz que não existe apenas um, mas numerosos silêncios. Seria fundado pensar que há ai um potente elemento autobiográfico?

- Penso que qualquer criança que tenha sido educada em um meio católico justamente antes ou durante a Segunda Guerra Mundial pôde experimentar que existem numerosas maneirasdiferentes de falar e também numerosas formas de silêncio. Certos silêncios podem implicar em uma hostilidade virulenta; outros, por outro lado, são indicativos de uma amizade profunda, de uma admiração emocionada, de um amor. Eu lembro muito bem que quando eu encontrei o cineasta Daniel Schmid, vindo me visitar, não sei mais com que propósito, ele e eu descobrimos, ao fim de alguns minutos, que nós não tínhamos verdadeiramente nada a nos dizer. Desta forma, ficamos juntos desde as três horas da tarde até meia noite. Bebemos, fumamos haxixe, jantamos. Eu não creio que tenhamos falado mais do que vinte minutos durante essas dez horas. Este foi o ponto de partida de uma amizade bastante longa. Era, para mim, a primeira vez que uma amizade nascia de uma relação estritamente silenciosa.
É possível que um outro elemento desta apreciação do silêncio tenha a ver com a obrigação de falar. Eu passei minha infância em um meio pequeno-burguês da França provincial, e a obrigação de falar, de conversar com os visitantes era, para mim, ao mesmo tempo algo muito estranho e muito entediante. Eu me lembro de perguntar por que as pessoas sentiam a obrigação de falar. O silêncio pode ser uma forma de relação muito mais interessante.




- Há, na cultura dos índios da América do Norte, uma apreciação do silêncio bem maior do que nas sociedades anglofônicas ou, suponho, francofônica.

- Sim. Eu penso que o silêncio é uma das coisas às quais, infelizmente, nossa sociedade renunciou. Não temos uma cultura do silêncio, assim como não temos uma cultura do suicídio. Os japoneses têm. Ensinava-se aos jovens romanos e aos jovens gregos a adotarem diversos modos de silêncio, em função das pessoas com as quais eles se encontrassem. O silêncio, na época, configurava um modo bem particular de relação com os outros. O silêncio é, penso, algo que merece ser cultivado. Sou favorável que se desenvolva esse êthos do silêncio.





Fonte: Espaço Michel Foucault


segunda-feira, 26 de abril de 2010

Forgiven







Música: Within Temptation - Forgiven

Guerra- Barreiras Éticas

















Barreiras éticas da Guerra

Matar a grande distância não era aceitável eticamente, como mostra Cuomo ao citar uma frase atribuída a um rei de Esparta, Arquidamo, que reinou de 338 a.C-221.a.C. Segundo o grego Plutarco (46?-120 d.C.), ao ver um dardo lançado de uma catapulta, o rei espartano gritou indignado: "Por Heracles, isso é o fim do valor de um homem". Heracles é o semideus Hércules dos romanos, nome mais conhecido hoje. É difícil dizer se esse tipo de atitude era comum ou não. "Eu acho que ainda não se fez muita pesquisa a esse respeito, e essa é uma das áreas em que eu estou trabalhando agora para o livro que estou escrevendo", diz Cuomo. As novas armas foram criadas para funções específicas, ligadas menos à batalha campal e mais aos assédios de cidades muradas. Esparta era a cidade-Estado grega mais militarizada, uma verdadeira Prússia da Antiguidade. Tanto que os espartanos desdenhavam construir muros em volta da cidade. Os muros, diziam os espartanos, eram os escudos redondos dos seus hoplitas, os "hoplon" (de onda deriva a palavra "hoplita", que designa o guerreiro grego clássico). Mas a tecnologia tem o dom de desprezar tradições. A palavra grega "katapeltes" significa justamente "penetrador de escudos". As primeiras armas que recebem o nome genérico de catapultas eram uma espécie de arco e flecha anabolizado, apoiado na barriga (daí o seu nome, "gastrafetes" --"gastro" significa estômago, em grego). Foram aperfeiçoadas depois que foram sendo descobertas formas melhores de usar a energia acumulada nas cordas retesadas que serviam como "molas". Uma dessas armas baseadas na torção era a "oxybeles", capaz de penetrar com um dardo pesado um escudo de ferro a 400 metros de distância. O rei Arquidamo tinha razão em reclamar. Os gregos e seus sucessores macedônios não chegaram a usar com freqüência catapultas em batalhas campais. Nem tanto pela ideologia, mas pela dificuldade em transportar e armar, além da cadência de tiro pouco rápida que inviabilizava táticas de "choque e pavor".



Fonte: http://www.melodiaweb.com.br/Sessao.aspx?cat=9





terça-feira, 13 de abril de 2010

Fractal Animation





terça-feira, 6 de abril de 2010

Sawabona

SAWABONA por Dr. Flávio Gikovate


Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.! A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher: ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.



A palavra de ordem deste século é parceria.
Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.


A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso.Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.



O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.


Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

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SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer:
"EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO,VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".

Em resposta as pessoas dizem:
SHIKOBA que é"ENTÃO EU EXISTO PRA VOCÊ"

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quinta-feira, 4 de março de 2010

O AMOR






Música: This Love - Sarah Brightman

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

BIRDON

Birdon

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Mundo Além das Palavras




O Mundo Além das Palavras

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Dentro deste mundo há um outro mundo impermeável às palavras.
Nele, nem a vida teme a morte, nem a primavera dá lugar ao outono.

Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes, até mesmo as rochas e árvores exalam poesia.
Aqui, a coruja transforma-se em pavão; o lobo, em belo pastor.

Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes;
E se queres passear por esses lugares, basta expressar o desejo.

Fixa o olhar no deserto de espinhos.
- Já é agora um jardim florido!
Vês aquele bloco de pedra no chão?
- Já se move e dele surge a mina de rubis!

Lava tuas mãos e teu rosto nas águas deste lugar, que aqui te preparam um fausto banquete.
Aqui, todo ser gera um anjo; e quando me vêem subindo aos céus, os cadáveres retornam à vida.

Decerto viste as árvores crescendo da terra, mas quem há de ter visto o nascimento do Paraíso?
Viste também as águas dos mares e rios, mas quem há de ter visto nascer de uma única gota d'água uma centúria de guerreiros?

Quem haveria de imaginar essa morada, esse céu, esse jardim do paraíso?
Tu, que lês este poema, traduze-o. Diz a todos o que aprendeste sobre este lugar.


Jalal ud-Din Rumi






domingo, 31 de janeiro de 2010

Khalil Gibran





Narração: Leticia Sabatella
Música: Marcus Viana


Na floresta não existe nem rebanho nem pastor
Quando o inverno caminha
Segue seu distinto curso como faz a primavera
Os homens nasceram escravos daquele que repudia a submissão
Se ele um dia se levanta e lhes indica o caminho
Com ele caminharão
Dá-me a flauta e canta
O canto é o pasto das mentes
E o lamento da flauta perdura mais que rebanho e pastor.

Na floresta não existe ignorante ou sábio.
Quando os ramos se agitama ninguém reverenciam.
O saber humano é ilusório
como a serração dos campos que se esvaiquando o sol se levanta no horizonte.
Dá-me a flauta e canta,
O canto é o melhor saber
E o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas.

Na floresta só existe lembrança dos amorosos.
Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram
os seus nomes são como letras dos nomes dos criminosos.
Conquistador entre nós é aquele que sabe amar.
Dá-me a flauta e canta
E esquece a injustiça do opressor.
Pois o lírio é uma taça para o orvalho
E não para o sangue.

Na floresta não há crítico nem censor
Se as gazelas se perturbam quando avistam o companheiro
a águia não diz: que estranho.
Sábio entre nós é aquele que julga estranho apenas o que é estranho.
Ah, dá-me a flauta e canta
O canto é a melhor loucura
e o lamento da flauta sobrevive aos ponderados e aos racionais.

Na floresta não existem homens livres ou escravos.
Todas as glórias são vãs como borbulhas na água.
Quando a amendoeira lança suas flores sobre o espinheiro não diz:
“Ele é desprezível e eu sou um grande Senhor.”
Dá-me a flauta e canta
que o canto é glória autentica
E o lamento da flauta sobrevive
Ao nobre e ao vil.

Na floresta não existe fortaleza ou fragilidade
Quando o leão ruge não dizem:“Ele é temível.”
A vontade humana é apenas
uma sombra que vagueia no espaço do pensamento
e o direito dos homens fenece
como folhas de outono.
Dá-me a flauta e canta
O canto é a força do espírito
E o lamento da flauta sobrevive ao apagamento dos sóis.

Na floresta não há morte nem apuros.
A alegria não morre quando se vai a primavera.
O pavor da morte é uma quimera que se insinua no coração,
pois quem vive uma primavera é como se houvesse vivido séculos.
Dá-me a flauta e canta
O canto é o segredo da vida eterna
E o lamento da flauta permanecerá
Após findar-se a existência.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Smooth Sexy Jazz Grove

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Música: Smooth sexy jazz grove


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pense no Haiti. Ore pelo Haiti





PENSE NO HAITI. ORE PELO HAITI.

Escolha um lugar da casa.
Faça alguns instantes de silêncio
e pense no HAITI.
Concentre seu pensamento naquele país.
Direcione sua força mental para lá.
Ajude a encontrar pessoas,
socorrer crianças, orientar os cães.
Conforte quem precisa ser confortado.
Explique o que aconteceu e acalme
o maior número de almas que alcançar.
Junte-se as falanges do bem que lá estão.
Vão recebê-lo de braços abertos.
Não se preocupe. Você saberá
quem são quando lá chegar.
E eles saberão porque está lá. Acredite.
É assim que funciona.
É uma grande corrente de ajuda
e solidariedade invisível aos olhos humanos.
Mas você pode fazê-lo.
É um trabalho bastante gratificante.


Tania Sá